Estação ferroviária da Paquevira (antiga GLICÉRIO)

Estação de Paquevira (antiga GLICÉRIO)
Município de Canhotinho, PE
E. F. Sul de Pernambuco (1894-1901)
Great Western (1901-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1996)
Linha Sul - km 214 (1960) PE-3090
Altitude:529 m
Inauguração: 13.05.1894
Uso atual: Aparentemente abandonada com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
A linha Sul, ou Recife-Maceió, é uma junção de três ferrovias: a E. F. Recife ao São Francisco, aberta entre 1858 e 1862 (foi a segunda ferrovia a ser aberta no Brasil), a E. F. Sul de Pernambuco, entre 1882 e 1894 e a E. F. Central de Alagoas, aberta em trechos entre 1871 e 1884, arrendada em 1880 à The Alagoas Railway Co. A primeira ligou Recife a Una (hoje Palmares), a segunda Una a Imperatriz (hoje União dos Palmares) e a terceira, Imperatriz a Maceió. Em 1901, a Great Western do Brasil Railway Co, empresa inglesa, ganhou a concessão das duas primeiras e, em 1903, a da última, unindo as linhas e diminuindo a bitola da primeira, em 1905, de 1.60 m para métrica. Em 1950, o Governo da União encampou a Great Western, transformando-a na Rede Ferroviária do Nordeste (RFN), que passou a ser um das subsidiárias da RFFSA em 1957 e que foi finalmente incorporada em uma de suas superintendências regionais em 1975. Finalmente, em 1997, foi cedida em concessão para a CFN - Cia. Ferroviária do Nordeste. Os trens de passageiros seguiram até os anos 1980. Somente sobram hoje os trens de subúrbio de Maceió e de Recife, que percorrem as duas pontas da linha.
A ESTAÇÃO
A estação de Glicério foi inaugurada em 1894. Foi aberta, aparentemente, para ser o entroncamento da E. F. Sul de Pernambuco, que no mesmo ano ligou a antiga E. F. Recife ao São Francisco à E. F. Central de Alagoas. Mais tarde (anos 1940) passou a chamar-se Paquevira. Com isso, o trecho de Paquevira a Garanhuns tornou-se um pequeno ramal que jamais foi prolongado, e Paquevira ficava no ponto de bifurcação das linhas. Em 1901 foi tudo unido sob a Great Western do Brasil. Como escreveu Jorge de Lima no seu livro Colunga, de 1943.
TRECHO DO LIVRO COLUNGA
Escrito por Jorge de Lima
"As estaçõezinhas vinham vindo ligeiras aos olhos de Lula. (...) Lula achava um encanto novíssimo nas casinhas das margens, na população esperando esse trem do domingo: caboclos, caixeiros, meninas namoradeiras, cegos cantando, aleijados, feridentos com úlceras cheias de moscas, expondo as moléstias aos passageiros para arranjar esmolas. (...) depois de Catende tem Colônia, tem Jaqueira, tem Periperi, tem Maraial, tem Florestal, tem São Benedito, tem Quipapá, Glicério! O trem vai beber água; meia hora de parada para se comer no hotelzinho, tomar-se água fria a tostão o copo".
Sim, ali em certas épocas era ponto de parada para refeição. A estação de Paquevira ainda está de pé em 2014, em mau estado e sem uso determinado. Se notarmos as fotos, veremos que em 2014 as fotos da estação são diferentes da de 1904 e 1977. Não sei explicar o porquê, mas dá a impressão que alguém, ocupando o prédio, construiu um telhado de duas águas, mantendo apenas a frente para a plataforma igual ao que era. Notar a rachadura entre a parede e a cumeeira lateral, que pode ser consequência de uma emenda mal feita.
(Fontes: Gleidson Lins; Flávio Cavalcanti; Eduardo Viana; Claudio Vitoriano; VEJA, 1977; Jorge de Lima: Colunga, 1943; Guia das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) Trecho
Quarta 15 Mar 20171945 visitas